O cascudo time do Boston Celtics


Todo mundo encheu o Boston Celtics de pancada durante a disputa da temporada passada. Muito se falou que o time já estava envelhecido, que a temporada regular, com o perdão do trocadilho, foi bastante irregular, que Kevin Garnett não era mais o mesmo. Enfim, a final da NBA teve sete jogos, e o time comandado por Doc Rivers estava lá.

Diante do inicio de mais uma temporada, as movimentações de mercado do período entre os campeonatos 2009/10 e 2010/11 deixou uma coisa bem clara: se tem alguém que não se incomoda com as especulações, esse alguém é o Boston Celtics. A franquia anunciou a contratação do experiente astro de 38 anos, Shaquille O’Neal.

Tida como uma equipe com jogadores velhos, o Boston Celtics irá para mais uma temporada com um alicerce formado por um trio que somado passa dos 100 anos de idade. Kevin Garnett (34) Ray Allen (35) e Paul Pierce (disputará a temporada com 33) irão tentar recuperar o troféu para a equipe de Massachusetts.

É verdade que a ascensão de Rajon Rondo, 24, como all-star e líder da equipe em muitos momentos decisivos, fez com que o “big-three” do Celtics tivesse a responsabilidade dividida. O trio ainda contou com a energia de jovens coadjuvantes. Kendrick Perkins (25), Glen Davis (24) e Nate Robinson (26) tiveram participações importantes no decorrer da campanha.

No entanto, o que surpreende é que o Celtics quer levar o ciclo desses jogadores até o final. Em nenhum momento, o time de Boston cogitou não renovar com Ray Allen e Paul Pierce. A renovação do contrato de ambos foi sempre uma prioridade da franquia que também conseguiu manter o treinador Doc Rivers.

E a explicação é simples. Com todos os jogadores saudáveis, o Celtics venceu os sete primeiros jogos da última temporada. Após 30 jogos, a equipe tinha 23 vitórias. E se é verdade que os comandados de Doc Rivers tiveram momentos irregulares em 2010, também é necessário afirmar que a equipe teve a melhor campanha jogando fora de casa. O time “cascudo” do Celtics venceu mais jogos longe de Boston do que no TD Garden, deixando a impressão que apenas percorreu a temporada esperando pelos playoffs.

Na pós-temporada, o Celtics atropelou o Miami Heat. Desdenhou do Cleveland Cavaliers, vencendo o jogo cinco da série em Ohio por 32 pontos para fechar a série na partida seguinte diante de um LeBron James atordoado. Na final da conferência Leste, o “time de velhos” ameaçou uma varrida no Orlando Magic, mas fechou novamente em seis jogos. Na final em sete jogos, o time sofreu com a ausência de Kendrick Perkins nos dois últimos jogos vencidos pelo Lakers.

Fato é que o Boston Celtics terá mais uma longa jornada até provar novamente que estavam todos errados. Isso com o peso de um ano a mais, com mais 82 jogos de temporada nas costas, e com os 38 anos de Shaquille O’Neal e os 31 de Jermaine O’Neal, a dupla contratada.

Se eles vão conseguir? Eu não sei. Vou esperar bastante ainda. Até lá longe, no próximo playoff. Mas o time é cascudo demais para que alguém possa duvidar.

A situação dos brasileiros na NBA


O começo de uma nova temporada da NBA ainda está bem distante. No entanto, o futuro dos brasileiros envolvidos na liga profissional de basquete americano já começa a ser desenhado junto com as transações do período entre os campeonatos. Se ainda estamos bem longe de ver os acontecimentos, já é possível prevê-los. E provavelmente veremos um Brasil mais forte na NBA, mas enfrentando dificuldades.

Para começar, Leandrinho Barbosa. O segundo brasileiro mais antigo na liga irá recomeçar. Após sete anos jogando pelo Phoenix Suns, o brasileiro foi envolvido em uma troca com o Toronto Raptors. O time do Arizona preferiu apostar no bom desempenho de Hedo Turkoglu.

A troca aconteceu após uma temporada apagada de Leandrinho. O brasileiro teve de lidar com lesões e a evolução de outros jogadores no Suns. O Leandrinho de 2009/10 não lembrou em nada o jogador que levantou o troféu de melhor sexto-homem da liga. De quebra, o brasileiro viu sua média de pontos despencar para abaixo de dez pela primeira vez desde 2005.

No entanto, Leandrinho terá a chance de recuperar seu bom basquete em Toronto. Embora esteja diante um time em reconstrução graças à saída de Chris Bosh, o brasileiro seguramente irá receber mais tempo para jogar do que vinha recebendo em Phoenix.

Assim como Leandrinho, outro brasileiro estará envolvido em uma reconstrução. Anderson Varejão ouviu seu nome em boatos de trocas, mas aparentemente ficará na dúvida que paira sobre o Cleveland Cavaliers. Com a saída de LeBron James, o time de Ohio passou de candidato ao título para uma grande incógnita.

Além de LeBron James, Varejão perdeu outro companheiro que confiava muito em seu trabalho. Mike Brown foi demitido do cargo de treinador. Para o seu lugar foi contratado Byron Scott que chegou dizendo que o papel de importância desempenhado por James será dividido. É a chance de Varejão e outros jogadores do Cavs provarem o seu valor.

Para o mais antigo entre os brasileiros na liga, a situação não é tão complicada. Nenê Hilário vem de uma boa temporada embora o Nuggets tenha caído precocemente na primeira rodada dos playoffs. Nenê teve média de 13.6 pontos por jogo e pela segunda temporada consecutiva foi o brasileiro com a média mais alta na liga.

Se Nenê esteve bem nas últimas duas temporadas, duas coisas podem complicar o brasileiro. A primeira delas é a concorrência. Com Chris Andersen e Kenyon Martin lesionados, o Nuggets trouxe Al Harrington. Assim que os outros atletas se recuperarem, a briga pelo espaço entre os homens altos do Nuggets seá apertada.
Outro fator a ser analisado é o futuro de Carmelo Anthony. Assim como Varejão no Cavaliers, Nenê pode ficar “órfão” no Nuggets ao final da próxima temporada, quando acaba o contrato do astro. A renovação de Anthony está se tornando uma novela e já há a especulação de saída do jogador.

Habituados a falar de Leandrinho, Varejão e Nenê, nós teremos um nome a mais para falar na próxima temporada da NBA. Finalmente Tiago Splitter chegou a um acerto financeiro para jogar pelo San Antonio Spurs, time que o draftou. O quarto brasileiro na liga chagará a NBA após uma temporada premiada na Espanha onde venceu a liga e recebeu o prêmio de melhor jogador com o Caja Laboral.

Splitter chegará a NBA para dar o último fôlego ao trio formado por Tim Duncan, Tony Parker e Manu Ginobili antes de uma iminente renovação. Embora a adaptação seja complicada e, em alguns casos, demorada, Splitter está em um momento técnico muito bom. Eu não ficarei espantado se Splitter surpreender com ótimas partidas.

Fato é que, embora com altos e baixos, o Brasil vai ampliando seu espaço na liga. E isso é ótimo para a retomada do bom basquete brasileiro.

Parabéns Celeste


Com o término da Copa, a Espanha com seu futebol diferenciado, foi campeã e com justiça. Agora entra para o seleto grupo de campeões, que antes contava apenas com sete seleções, e agora conta com oito. Mas mais importante que a conquista espanhola, que talvez posso siginificar o nascer de uma nova potência do futebol mundial, foi o renascer de um dos gigantes há muito adormecido.

O Uruguai não fazia um campanha tão brilhante desde 1970, quando contra a mesma Alemanha ficou com o mesmo quarto lugar. Essa foi a última vez que a equipe Celeste alcançou a fase final da Copa do Mundo. Com a campanha de 2010, o Uruguai mostrou sua força e o porque é bicampeão mundial.

Além disso, durante a Copa, por muitas vezes me perguntei quem seria o melhor da Copa, e nenhuma delas pude imaginar um Uruguaio. Fórlan fez mesmo por merecer, e superou adversários como  Sneijder e Villa, segundo e terceiro colocado na disputa individual, respectivamente.

Fórlan com certeza é agora o símbolo de orgulho de uma nação, que tem muitos motivos para estar sorrindo. Mesmo não sendo campeão, ou se quer ter chegado a final, o meu destaque deste mundial vai para a Seleção uruguaia. Simplesmente porque, como disse um amigo meu, é muito bonito voltar a ver o Uruguai ser grande.

Equilíbrio marca Alemanha x Argentina


Em 1986, a Argentina de Maradona levou a melhor e ficou com o título daquele ano

As duas equipes já se enfrentaram 5 vezes, decidindo dois títulos mundias. A Alemanha ganhou em 2 oportunidades, a Argentina venceu 1 partida, e houveram ainda outros 2 empates. Por aí, já se nota que o equilíbrio é marcante nesse confronto. E não para por aí. Os números mostram mais equilíbrio nesta copa.

Na Copa de 2010, Alemanha tem um total de passes anotado em 2239, e desses, 1697 foram acertados . Um percentual de 75% de acertos. Além disso, se traçarmos uma média, a do time bávaro seria de 424 passes certos por partida. Já a Argentina tentou 2403 passes e acertou 1848, tendo um percentual de acerto de 77%, e média de passes certos por jogo de 462.

É evidente então que a Argentina tenta valorizar mais a posse de bola, do que a Alemanha, apesar de a diferença entre as duas equipes ser mínina nos números. A Argentina joga mais com a bola, a Alemanha busca o contra-ataque, e só depois de fazer seu gol trabalha a posse de bola.

Em 1990, a Alemanha dirgida por Franz Beckenbauer deu o troco e ficou com o título

Nos chutes. o time sulamericano computou um total 36 chutes certos ( a gol), dos quais 10 foram convertidos em gols. Portanto, 27% das oportunidades criadas são transformadas em gols. Já da equipe européia são 27 chutes e 9 colocados no fundo da rede, resultando num aproveitamento de 33% dos chutes a gol. Nesse quisito, Alemanha vence. Leve vantagem alemã, que contra a fraca defesa argentina deve manter o desempenho.

Defensivamente falando mais equilíbrio. As duas equipes tomaram apenas 2 gols, mas o goleiro alemão parece ter tido mais trabalho. São 11 defesas de Neuer, contra 5 do argentino Romero. O número de faltas cometidas pelas duas equipes, mais uma vez, é quase idêntico. 41 para os alemães e 45 para os hermanos.

Não só nos números como no campo o equilíbrio é grande. O que pode definir este confronto então? A estrela de Messi, Tevez, Higuain, Podolski, Klose, Özil e tantos outros. O certo apenas é que será um jogo duro e difícil, para ambos os lados, e aquele que estiver mais inspirado e dedicado vai seguir até as semifinais.

Iuri Iacona

Não se pode mais perder


Chegamos ao limite dos erros. Daqui para frente não é mais permitido falhar na Copa do Mundo. Com o começo dos jogos eliminatórios no mundial da África do Sul neste sábado, qualquer erro pode significar o retorno para casa. E o que a história mostra é que os campeões praticamente não erraram na busca pelo troféu.

Vai começar a fase oitavas de final da Copa do Mundo de 2010. Restam 16 equipes e o campeão fará mais quatro jogos sem ser derrotado. O pior resultado do time que levantará o troféu será um empate. Quem tinha alguma derrota para enfrentar, já deixou isso para trás.

Oito das 16 equipes classificadas para a segunda fase do mundial ainda não conhecem o sabor de uma derrota. Uruguai, Argentina, Eua, Inglaterra, Holanda, Paraguai, Brasil, Portugal são as equipes invictas. A Nova Zelândia é outra equipe que não foi derrotada. No entanto, o time da Oceania não se classificou para a fase final.

Em uma competição tão curta como a Copa do Mundo, não perder é fundamental. Tanto é que desde 1978 todos os campeões levantaram o troféu de maneira invicta. São sete mundiais consecutivos em que o vencedor não é derrotado. A última vez que isso aconteceu foi na Argentina. Em 1978, os donos da casa foram derrotados pela Itália na primeira fase, se classificaram em segundo, e foram campeões.

Alemanha e Espanha, dois times favoritos antes do começo da Copa vão tentar quebrar essa escrita. As duas equipes foram derrotadas durante a primeira fase, mas seguiram e vão tentar avançar no mata-mata. Espanha e Alemanha se juntam a México, Coreia do Sul, Gana, Japão, Eslováquia e Chile. fazem parte do grupo dos países classificados mas que carregam uma derrota.

A fraca copa do mundo, e alguns desempenhos


Por Iuri Iacona

Estamos apenas na segunda rodada da Copa do Mundo, e sinceramente até aqui não vi nada de excepcional, ainda. Exceção feita a Argentina, Alemanha e Holanda, as demais seleções parecem fadadas a simplesmente participar.

É verdade que não podemos desprezar Itália ou Brasil. Mas é verdade que os dois ainda não jogaram o fino da bola. O caso europeu é pior. O Brasil ainda que não tenha jogado fantasticamente bem, tem ao menos mantido um padrão de jogo e conseguido resultados. Já a Itália não tem padrão de jogo definido, e nem resultados tem conquistado.

Já a Argentina tem caminhado bem. Bobeu na abertura da copa e jogou mal. Mas venceu. E por enquanto, até o término da segundada rodada, é a seleção com o maior número de gols na competição. Foram 5 gols marcados em 2 jogos. Higuain é o artilheiro do time e do campeonato, com três gols. Messi, o jogador que mais chuta a gol. Foram 15 tentaivas, e por enquanto, nenhum gol marcado.

A Alemanha só precisa fazer um gol para assumir, ao lado de nossos “hermanos”, a artilharia do campeonato. São 4 gols, mas em apenas 1 jogo. Portanto, amanhã, a Alemanha deve ultrapassar a marca azulceleste de Maradona e seus comandados.

A Holanda tem mostrado um futebol forte, convincente é muito técnico. Lembra bem os antigos tempos da Laranja Mecânica. Apesar de ter encontrado uma dificuldade em sua primeira partida inaugural na Copa de 2010, a equipe Laranja desenvolveu bem seu futebol, e promete para a segunda rodada.

No mais, a Copa do mundo tem sido decepcionante. Jogos com equipes com baixo nivel técnico tem sido constantes. É o caso de Eslovenia x Argélia, Gana x Sérvia, Nova Zelândia x Eslováquia. Tivemos até alguns jogos que eram considerados esperanças de boas partidas decepcionantes como, França x Uruguai, Argentina x Nigéria.

Por equanto a copa tem sido fraca. Mas de qualquer forma, nessa segunda rodada a coisa parece melhorar. Foram 11 gols em três jogos. Média de 3,66 por partida. Já na primeira rodada foram 25 gols em 16 partidas, chegando a média de 1,66 por partida. Somando as duas roadadas, foram 36 gols em 14 jogos. Média de 2,57 gols por partida.